Neste dia 8 de março, você, solteira, provavelmente receberá uma flor de alguém te “homenageando”. Acontece que muita gente não faz ideia do significado dessa data: um marco da luta de todas as mulheres por conquistas de direitos e igualdade.
O Dia Internacional da Mulher é feminista. É, essa palavra que assusta tantos ignorantes em relação ao movimento social que, ao contrário do que o senso comum pensa, não é composto por ogras peludas e mal comidas que odeiam homens. O feminismo luta contra a opressão, contra o preconceito; luta pela descontrução de papeis de gênero – que, pasmem, é ruim também para os homens.
Centenas de mulheres morrem por dia na mão de companheiros ou ex-companheiros. Tantas outras são estupradas, agredidas física e verbalmente, inferiorizadas, controladas. Hoje, não temos nada a comemorar em relação à nossa condição atual como membro de uma sociedade sexista — principalmente quando, no dia anterior, um político declaradamente preconceituoso em relação a minorias e grupos oprimidos é eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos do Brasil.
O 8 de março está aí não só pra nos lembrar uma história de conquitas, mas também pra que a gente continue disputando espaços em busca da revolução. Um dia, espero que não tão distante, ninguém mais nos defina a partir da nossa aparência, hábitos ou de com quem dormimos ou deixamos de dormir.
E, por favor, esqueçam a Sarah Winter.
Eu luto
Contra uma cultura que primeiro me transforma em vítima e depois me culpa pelo que é feito a mim.
Contra políticas feitas unicamente para me controlar ou me humilhar.
Contra condicionamento social que diz que feminino é fraco/ruim/sujo/errado.
Contra misoginia.
Contra a ideia que tudo bem tocar/machucar/estuprar/condenar/controlar meu corpo porque ele é considerado propriedade pública.
Contra políticas nocivas disfarçadas de “proteção”.
Contra definir as pessoas de acordo a um binário ultrapassado de gênero e/ou seus genitais.
Contra uma visão de mundo que não abre espaço para crescimento, mudança, arte, liberdade ou revolução.
Manu é redatora, feminista e guest poster do Guia dos Solteiros.
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